Ícone do site Educação e Transformação

Atividades de Interpretação de Texto 8º ano

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano do Ensino Fundamental

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano do Ensino Fundamental

Diversas atividades de interpretação de texto 8 ano, do ensino fundamental para prontas para imprimir e aplicar nos alunos. São atividades de leitura e interpretação de texto indicadas a alunos do sétimo ano e disponibilizadas gratuitamente.

A interpretação textual permite a compreensão de todo e qualquer texto ou discurso e se amplia no entendimento da sua essência e ideia principal. Trata-se de uma competência imprescindível no mercado de trabalho e nos estudos.

Para que a interpretação ocorra de forma satisfatória é necessário que esteja atrelada a outros elementos como:

Não deixe de ver:

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano

ESOPO

Esopo era um escravo de rara inteligência que servia à casa de um conhecido chefe militar da antiga Grécia. Certo dia, em que seu patrão conversava com outro companheiro sobre os males e as virtudes do mundo, Esopo foi chamado a dar a sua opinião sobre o assunto, ao que respondeu seguramente
— Tenho a mais absoluta certeza de que a maior virtude da Terra está á venda no mercado.
— Como? – perguntou o amo, surpreso – Tens certeza do que estás falando? Como podes afirmar tal coisa?
— Não só afirmo, como, se meu amo permitir, irei até lá e trarei a maior virtude da Terra.
Com a devida autorização do amo, saiu Esopo e, dali a alguns minutos, voltou carregando um pequeno embrulho. Ao abrir o pacote, o velho chefe encontrou vários pedaços de língua e, enfurecido, deu ao escravo uma chance para se explicar.
— Meu amo, não vos enganei – retrucou Esopo — A língua é, realmente, a maior das virtudes. Com ela podemos consolar, ensinar, esclarecer, aliviar e conduzir. Pela língua os ensinos dos filósofos são divulgados, os conceitos religiosos são espalhados, as obras dos poetas se tornam conhecidas de todos. Acaso podeis negar essas verdades, meu amo?
— Boa, meu caro – retrucou o amo – Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?
— É perfeitamente possível, senhor. E com nova autorização de meu amo, irei novamente ao mercado e de lá trarei o pior vício de toda Terra.
Concedida a permissão, Esopo saiu novamente e dali a minutos voltava com outro pacote, semelhante ao primeiro. Ao abri-lo, o amo encontrou novamente pedaços de língua. Desapontado, interrogou o escravo e obteve dele surpreendente resposta:
— Por que vos admirais de minha escolha? Do mesmo modo que a língua, bem utilizada, se converte numa sublime virtude, quando relegada a planos inferiores, se transforma no pior dos vícios. Através dela tecem-se as intrigas e as violências verbais. Através dela, as verdades mais santas, por ela mesma ensinadas, podem ser corrompidas e apresentadas como anedotas vulgares e sem sentido. Através da língua, estabelecem-se as discussões infrutíferas, os desentendimentos prolongados e as confusões populares que levam ao desequilíbrio social. Acaso podeis refutar o que digo? – indagou Esopo.
Impressionado com a inteligência invulgar do serviçal, o senhor calou-se, comovido, e, no mesmo instante, reconhecendo o disparate que era ter um homem tão sábio como escravo, deu-lhe a liberdade.
Esopo aceitou a libertação e tornou-se, mais tarde, um contador de fábulas muito conhecido da Antiguidade, cujas histórias até hoje se espalham por todo o mundo.
(Autor desconhecido)

Atividades de Leitura e Compreensão do Texto

1) Essa narrativa tem como protagonistas:

a-( ) o amo e o patrão
b-( ) o chefe militar e o escravo
c-( ) o companheiro e o patrão
d-( ) o servo e o escravo

2) A passagem “indagou Esopo” pode ser escrita, mantendo-se o mesmo sentido, como:

a-( ) respondeu Esopo;
b-( ) percebeu Esopo;
c-( ) perguntou Esopo;
d-( ) assegurou Esopo;

3) Segundo o texto, a língua tanto serve para as virtudes quanto para os vícios do mundo. Como exemplo de virtude e vício, respectivamente, podem-se citar:

a-( ) ensinamentos filosóficos e conceitos religiosos;
b-( ) discussões infrutíferas e obras literárias;
c-( ) rede de intrigas e desentendimentos;
d-( ) ensinamento das verdades santas e criação de anedotas vulgares;

4) Em “impressionado com a inteligência invulgar do serviçal…”, o adjetivo destacado significa:

a-( ) rara
b-( ) medíocre
c-( ) impopular
d-( ) respeitosa

5) Em “Já que és desembaraçado, que tal trazer-me agora o pior vício do mundo?”, a oração destacada tem o sentido de:

a-( ) finalidade
b-( ) condição
c-( ) causa
d-( ) consequência

6) De acordo com o texto, quando a língua é mal utilizada, intrigas e violências verbais podem ser:

a-( ) confrontadas
b-( ) armadas
c-( ) superadas
d-( ) rejeitadas

7) Em “por ela mesma ensinadas…”, a palavra destacada está no feminino plural em concordância com:

a-( ) “violências”
b-( ) “anedotas”
c-( ) “verdades”
d-( ) “discussões”

8) Em “Ao abri-lo”, o pronome foi usado para substituir a seguinte palavra:

a-( ) pacote
b-( ) amo
c-( ) primeiro
d-( ) Esopo

9) O sentido de negação, em determinadas palavras, é dado por prefixos, como em:

a-( ) “impressionado” e “intrigas”
b-( ) “infrutíferas” e “desentendimentos”
c-( ) “desapontado” e “inteligência”
d-( ) “interrogou” e “ensinadas”

10) Nessa história, a libertação do escravo se deve ao fato de Esopo:

a-( ) fazer boas compras
b-( ) ser educado
c-( ) falar muito bem
d-( ) ter grande sabedoria

GABARITO
1-b ; 2-c ; 3-d; 4-a ; 5-c ; 6-b ; 7-c ; 8-a ; 9-b ; 10-d


Não deixe de ver: Lista: 101 Atividades de interpretação de texto

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano do Ensino Fundamental

Não há dúvida que as línguas se aumentam e alteram com o tempo e as necessidades dos usos e costumes. Querer que a nossa pare no século de quinhentos é um erro igual ao de afirmar que a sua transplantação para a América não lhe inseriu riquezas novas. A este respeito a influência do povo é decisiva. Há, portanto, certos modos de dizer, locuções novas, que de força entram no domínio do estilo e ganham direito de cidade.

(MACHADO DE ASSIS. Apud Luft, Celso Pedro. Vestibular do português).

Vocabulário: Transplantação – transferir de um lugar ou contexto para outro.

1- Ao ler o texto, concluímos que

(A) as mudanças do português da Europa para o Brasil evitaram inserir ao idioma riquezas novas.

(B) as alterações da língua estão condicionadas às necessidades dos usos e costumes e ao tempo.

(C) o português do século XVI é o mesmo de hoje, não sendo necessário parar a língua no tempo.

(D) os falantes do campo usam expressões atuais da língua mesmo sem sofrerem influência européia.

Vamos imaginar que a indústria farmacêutica desenvolveu uma pílula que pudesse prevenir doenças do coração, obesidade, diabetes e reduzir o risco de câncer, osteoporose, hipertensão e depressão.

Já temos esse remédio. E não custa nada. Está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos. É a atividade física.

(Gro Harlem Brundtland, diretora geral da OMS – Organização Mundial da Saúde) Folha de São Paulo, 6 abr. 2002.

2- De acordo com o texto, o remédio que não custa nada e está a serviço de ricos e pobres, jovens e idosos:   

(A) é uma pílula fabricada pela indústria farmacêutica.

(B) só é encontrado nas farmácias.

(C) é a atividade física.

(D) ainda não existe.

O cachorro

As crianças sabiam que a presença daquele cachorro vira-lata em seu apartamento seria alvo da mais rigorosa censura de sua mãe. Não tinha qualquer cabimento: um apartamento tão pequeno que mal acolhia Álvaro, Alberto e Anita, além de seus pais, ainda tinha de dar abrigo a um cãozinho! Os meninos esconderam o animal em um armário próximo ao corredor e ficaram sentados na sala à espera dos acontecimentos. No fim da tarde a mãe chegou do trabalho. Não tardou em descobrir o intruso e a expulsá-lo, sob os olhares aflitos de seus filhos.

Granatic, Branca. Técnicas Básicas de Redação.

3- No texto, fica claro que haverá um conflito entre as crianças e a mãe, quando as crianças

(A) resolvem levar um cachorro para casa, mesmo sabendo que a mãe seria contra.

(B) levam para casa um cachorro vira-lata, e não um cachorro de raça.

(C) decidem esconder o animal dentro de um armário.

(D) não deixam o animal ficar na sala.

Jéssica veio do céu

Jéssica é somente uma garota de 11 anos (…). Mas tem a coragem de uma leoa e a calma de um anjo da guarda. Na noite de domingo, a casa em que ela mora se transformou num inferno que ardia em chamas porque um de seus irmãos causou o acidente ao riscar um fósforo. Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo. Mesmo com a casa queimando, a garganta sufocando com a fumaça e a porta da rua trancada por fora (a mãe saíra), a menina não se desesperou. Abriu a janela de um quarto e através dela colocou, um por um, todos os irmãos para fora. Enquanto fazia isso, rezava. Ninguém sofreu sequer um arranhão. Só então Jéssica pensou em si própria. E sentiu muito medo. Pulou a janela e disparou a correr.

Revista Veja. São Paulo: Abril, 18 de fevereiro de 2004.

4- No trecho “Larissa, de 7 anos, Letícia, de 3 anos, e o menino de 8, que involuntariamente provocou o incêndio, foram salvos porque Jéssica (apesar de seus 11 anos) se esqueceu de sentir medo”., o trecho destacado se refere a(ao):

(A) Larissa (de 7).

(B) Letícia (de 3).

(C) menino (de 8).

(D) Jéssica (de 11).

Publicidade

Tchau, tchau

Nunca foi tão fácil secar uma espinha

A gente acha que cuidar da pele dá trabalho. Que nada! Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente nas horas mais impróprias: o primeiro dia de aula ou o encontro com o menino que a gente está a fim. Pele bem cuidada dá uma levantada incrível no visual, né? Então, mãos à obra com a linha Clearskin da Avon, que tem oito produtos que facilitam a nossa vida. Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.

Borgatto, Ana; Bertin, Terezinha, Marchezi, Vera. Tudo é linguagem.

5- Encontramos o registro de linguagem formal em

(A) “A gente acha que cuidar da pele dá trabalho.”

(B) “Chato mesmo é encarar aquela espinha que insiste em aparecer na cara da gente (…)”

(C) “(…) o encontro com o menino que a gente está a fim.”

(D) “Além de combaterem a acne (eles são feitos com ácido glicólico, um poderoso derivado da cana-de-açúcar), eles deixam a pele super-hidratada.”

Dedé reconhece erro no clássico

Zagueiro vascaíno pede desculpas a Willians e aos torcedores pela expulsão

O zagueiro Dedé, do Vasco, pediu desculpas ontem ao volante Willians, do Flamengo, pela entrada violenta que deu no adversário no empate em 1 a 1 no clássico de domingo, no Engenhão, pelo Campeonato Brasileiro.

– (…) Peço desculpas ao companheiro de profissão e ao torcedor do Vasco, pois não queria ter deixado o time (…).

Mas o zagueiro seguiu a linha do técnico Paulo César Gusmão de culpar o juiz (…):

– Deixando de lado minha expulsão, o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado. Inverteu muitas faltas, irritando nosso time, me deu um cartão amarelo após eu ter levado o vermelho.

O Globo – 26/10/2010.

6- O trecho do texto que expressa uma opinião é

(A) “Peço desculpas ao companheiro de profissão…”. (l.4)

(B) “… o árbitro estava visivelmente nervoso e atrapalhado.” (l.7-8)

(C) “Deixando de lado minha expulsão…”.(l.7)

(D) “… me deu um cartão amarelo…” (l.8)

Ingenuidade

Na boca da caverna

Gritei, vibrando:

– TE AMO!

TE AMO!

TE AMO!

E o eco respondeu,

Lá de dentro da caverna:

– TE AMO!

TE AMO!

TE AMO!

E eu, ingênuo, acreditei…

Elias, José. Amor adolescente.

7- A repetição, pelo eu poético, da expressão “TE AMO!” , que ecoou dentro da caverna, reforça

(A) a intensidade da paixão do eu poético.

(B) a ingenuidade do eu poético.

(C) a beleza do primeiro amor.

(D) o eco dentro da caverna.

O Último Computador

Luís Fernando Veríssimo

Um dia, todos os computadores do mundo estarão ligados num único e definitivo sistema, e o centro do sistema será na cidade de Duluth, nos Estados Unidos. Toda memória e toda informação da humanidade estarão no Último Computador. As pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc. Tudo o que quiserem fazer – compras, contas, reservas – e tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo. Todos os lares do mundo terão terminais do Último Computador. Haverá telas e botões do Último Computador em todos os lugares frequentados pelo homem, desde o mictório ao espaço. E um dia, um garoto perguntará a seu pai:

– Pai, quanto é dois mais dois?

– Não pergunte a mim, pergunte a Ele.

O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá na tela mais próxima. E, então, o garoto perguntará:

– Como é que eu sei que isso está certo?

– Ora, ele nunca erra.

– Mas se desta vez errou?

– Não errou. Conte nos dedos.

– Contar nos dedos?

– Uma coisa que os antigos faziam. Meu avô me contou. Levante dois dedos, depois mais dois… Olhe aí. Um, dois, três, quatro. Dois mais dois quatro. O computador está certo.

– Bacana. Mas, pai: e 366 mais 17? Não dá para contar nos dedos. Jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou não.

– É…

– E se for mentira do Computador?

– Meu filho, uma mentira que não pode ser desmentida é a verdade.

Quer dizer, estaremos irremediavelmente dominados pela técnica, mas sobrará a filosofia.

8- No trecho: O garoto apertará o botão e, num milésimo de segundo, a resposta aparecerá

na tela mais próxima. A expressão destacada significa o mesmo que

(A) depois de muito tempo.

(B) em um minuto.

(C) muito rápido.

(D) durante mil anos.

9- O Último Computador será criado porque

(A) “as pessoas não precisarão ter relógios individuais, calculadoras portáteis, livros etc”.

(B) “(…) tudo que desejarem saber estará ao alcance de um dedo”.

(C) “(…) jamais vamos saber se a resposta do Computador está certa ou errada”.

(D) “(…) estaremos irremediavelmente dominados pela técnica (…)”.

A Mulher no Brasil

A história da mulher no Brasil, tal como a das mulheres em vários outros países, ainda está por ser escrita. Os estudiosos têm dado muito pouca atenção à mulher nas diversas regiões do mundo, o que inclui a América Latina. Os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são quase todos meros registros de impressões, mais do que de fatos, autos-de-fé quanto à natureza das mulheres ou rápidas biografias de brasileiras notáveis, mais reveladoras sobre os preconceitos e a orientação dos autores do que sobre as mulheres propriamente ditas. As mudanças ocorridas no século XX reforçam a necessidade de uma perspectiva e de uma compreensão históricas do papel, da condição e das atividades da mulher no Brasil.

(fragmento) Hahner, June E.

10- Considerando o fragmento lido, podemos afirmar que

(A) quanto à existência de um estudo histórico sobre seu papel na sociedade, a mulher brasileira assemelha-se à de várias partes do mundo.

(B) excetuando-se as rápidas biografias de brasileiras notáveis, as demais obras sobre a mulher no Brasil estão impregnadas de informações sobre o seu valor na sociedade.

(C) as modificações de nosso século reforçam a necessidade de que se escreva uma verdadeira história da mulher no Brasil.

(D) os estudos disponíveis sobre a mulher brasileira são registros baseados em fatos inquestionáveis numa perspectiva histórica.

Cadernos de João

(…) Na última laje de cimento armado, os trabalhadores cantavam a nostalgia da terra ressecada.

De um lado era a cidade grande: de outro, o mar sem jangadas.

O mensageiro subiu e gritou:

– Verdejou, pessoal!

Num átimo, os trabalhadores largaram-se das redes, desceram em debandada, acertaram as contas e partiram.

Parada a obra.

Ao dia seguinte, o vigia solitário recolocou a tabuleta: “Precisa-se de operários”, enquanto o construtor, de braços cruzados, amaldiçoava a chuva que devia estar caindo no Nordeste.

(Anibal Machado, Cadernos de João )

11- De acordo com o texto, a palavra “Verdejou” significa

(A) a saudade dos trabalhadores.

(B) o mar sem jangadas.

(C) a parada da obra.

(D) a chuva caindo no Nordeste.


Atividades de Interpretação de Texto 8 ano – Series Iniciais

TEXTO: MEU IDEAL SERIA ESCREVER… – Rubem Braga

Meu ideal seria escrever uma história tão engraçada que aquela moça que está naquela casa cinzenta quando lesse minha história no jornal risse, risse tanto que chegasse a chorar e dissesse – “ai meu Deus, que história mais engraçada!” E então a contasse para a  cozinheira e telefonasse para duas ou três amigas para contar a história; e todos a quem ela contasse rissem muito e ficassem alegremente espantados de vê-la tão alegre. Ah, que minha história fosse como um raio de sol, irresistivelmente louro, quente, vivo, em sua vida de moça reclusa (que não sai de casa), enlutada (profundamente triste), doente. Que ela mesma ficasse admirada ouvindo o próprio riso, e depois repetisse para si própria – “mas essa história é mesmo muito engraçada!”

Que um casal que estivesse em casa mal-humorado, o marido bastante aborrecido com a mulher, a mulher bastante irritada como o marido, que esse casal também fosse atingido pela minha história. O marido a leria e começaria a rir, o que aumentaria a irritação da mulher. Mas depois que esta, apesar de sua má-vontade, tomasse conhecimento da história, ela também risse muito, e ficassem os dois rindo sem poder olhar um para o outro sem rir mais; e que um, ouvindo aquele riso do outro, se lembrasse do alegre tempo de namoro, e reencontrassem os dois a alegria perdida de estarem juntos.

Que nas cadeias, nos hospitais, em todas as salas de espera, a minha história chegasse – e tão fascinante de graça, tão irresistível, tão colorida e tão pura que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria; que ocomissário ((autoridade policial) do distrito (divisão territorial em que se exerce autoridade administrativa, judicial, fiscal ou policial), depois de ler minha história, mandasse soltar aqueles bêbados e também aquelas pobres mulheres colhidas na calçada e lhes dissesse – “por favor, se comportem, que diabo! Eu não gosto de prender ninguém!” E que assim todos tratassem melhor seus empregados, seus dependentes e seus semelhantes em alegre e espontânea homenagem à minha história.

E que ela aos poucos se espalhasse pelo mundo e fosse contada de mil maneiras, e fosse atribuída a um persa(habitante da antiga Pérsia, atual Irã), na Nigéria (país da África), a um australiano, em Dublin (capital da Irlanda), a um japonês, em Chicago – mas que em todas as línguas ela guardasse a sua frescura, a sua pureza, o seu encanto surpreendente; e que no fundo de uma aldeia da China, um chinês muito pobre, muito sábio e muito velho dissesse: “Nunca ouvi uma história assim tão engraçada e tão boa em toda a minha vida; valeu a pena ter vivido até hoje para ouvi-la; essa história não pode ter sido inventada por nenhum homem, foi com certeza algum anjo tagarela que a contou aos ouvidos de um santo que dormia, e que ele pensou que já estivesse morto; sim, deve ser uma história do céu que se filtrou (introduziu-se lentamente em) por acaso até nosso conhecimento; é divina.”

E quando todos me perguntassem – “mas de onde é que você tirou essa história?” – eu responderia que ela não é minha, que eu a ouvi por acaso na rua, de um desconhecido que a contava a outro desconhecido, e que por sinal começara a contar assim: “Ontem ouvi um sujeito contar uma história…”

E eu esconderia completamente a humilde verdade: que eu inventei toda a minha história em um só segundo, quando pensei na tristeza daquela moça que está doente, que sempre está doente e sempre está de luto e sozinha naquela pequena casa cinzenta de meu bairro.

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano do Ensino Fundamental

01) Por que o autor deseja escrever uma história engraçada?

02) Por que ele diz que a moça tem uma casa cinzenta, e não verde, azul ou amarela?

03) Ao descrever um raio de sol, o autor lhe atribui características que, de certa forma, se opõem às da moça. Cite algumas dessas características opostas.

04) Como você interpretaria a oração “que todos limpassem seu coração com lágrimas de alegria”?

05) O autor sonha em tornar mais felizes e sensíveis apenas as pessoas de seu país? Justifique.

06) Relacione as colunas conforme as reações das pessoas diante da história:

(a) moça triste (     ) libertaria os detentos, dizendo-lhes para se comportarem, pois não gostava de prender ninguém

(b) amigas da moça triste (     ) sentir-se-ia tão feliz que se lembraria do alegre tempo de namoro

(c) casal mal-humorado (     ) ficariam espantadas com a alegria repentina da moça

(d) comissário do distrito (     ) concluiria que teria valido a pena viver tanto, só para ouvir uma história tão engraçada

(e) sábio chinês (     ) ficaria feliz e contaria a história para a cozinheira e as amigas

07) Por que o autor não contaria aos outros que havia inventado a história engraçada para alegrar a moça triste e doente? Copie a alternativa correta:

(a) porque, na verdade, a moça triste não existia

(b) por que ele mesmo não achava a história engraçada

(c) por modéstia e humildade

(d) porque não acreditariam que ele fosse capaz de inventar aquela história

08) Afinal, que história Rubem Braga inventou para alegrar e comover tantas pessoas?

09) Na sua opinião, o que mais sensibiliza as pessoas: histórias engraçadas ou dramáticas? Justifique.


Atividades de Interpretação de Texto 8 ano – Para imprimir

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano do Ensino Fundamental

Atividades de Interpretação de Texto 8 ano com Gabarito:

Bilhete ao futuro
Affonso Romano de Sant’Anna

Bela ideia essa de Cristóvam Buarque, ex-reitor da Universidade de Brasília e ex-ministro da Educação, de pedir às pessoas do nosso país que escrevessem um “bilhete ao futuro”. O projeto teve a intenção de recolher, no final dos anos 80, no século passado, uma série de mensagens que seriam abertas em 2089, nas quais os brasileiros expressariam suas esperanças e perplexidades diante do tumultuado presente do fabuloso futuro.

Oportuníssima e fecunda ideia. Ela nos colocou de frente ao século XXI, nos incitou a liquidar de vez o século XX e a sair da hipocondria político-social. Pensar o futuro sempre será um exercício de vida. O que projetar para amanhã? (…)

1) Os dois parágrafos acima fazem parte do texto cujo autor é Affonso Sant’Anna. Esse tipo de produção textual é chamado de crônica, porque:

a)   defende um tema.
b)  tenta ludibriar o leitor.
c)   faz o registro do dia-a-dia.
d)   conta uma história antiga.
e)   exalta as belezas do país amado. 

2) O acontecimento que originou esse texto está relacionado:

a)   à promoção do reitor da Universidade de Brasília.
b)   à realização do reitor como mestre da Universidade de Brasília.
c)   ao pedido feito pelo reitor da Universidade às pessoas de Brasília.
d)   à liquidação dos problemas do século XX.
e) ao pedido feito pelo ex-reitor da Universidade de Brasília aos brasileiros. 

3) Segundo o cronista, o bilhete ao futuro:

a)   incitaria as pessoas a “sair da hipocondria político-social”.
b)   incitaria as pessoas à revolta social e política no presente e no futuro.
c)   incitaria as pessoas a liquidarem de vez com as ideias do século XX e do século XXI.
d)   incitaria as pessoas a escreverem mensagens de desilusão.
e)   incitaria as pessoas a se comunicarem por bilhetes, algo incomum nos dias atuais. 

4) Segundo o cronista:

a) futuro jamais deverá ser pensado pelos hipocondríacos político-sociais.
b) o amanhã é algo imprevisível; sempre haverá momentos tumultuados.
c) o estímulo à fuga da hipocondria político-social seria a oportunidade que a redação do bilhete oferece.
d) o povo não queria se comprometer com as políticas sociais da década.
e) a população tinha muita dificuldade para redigir o bilhete do futuro. 

5) A frase que exprime a conclusão do cronista sobre o significado de escrever um bilhete ao futuro é:

a)   “O futuro e o presente só interessam ao passado.”
b)   “O passado é importante e, no futuro, seja o que Deus quiser.”
c)   “O presente é hoje e não é necessário preocupação com o futuro.”
d)   “Pensar o futuro é um exercício de vida.”
e)   “O futuro, a gente deixa para pensar amanhã.” 

6) As mensagens que as pessoas enviariam ao futuro são representadas, no texto, pelas palavras:

a)   belezas e possibilidades
b)   esperanças e perplexidades
c)   angústias e esperanças
d)   realizações e lembranças
e)   frustrações e melancolias 

7) O tratamento adequado para se referir ao reitor de uma Universidade é:

a)   Ilustríssimo Senhor
b)   Vossa Magnificência
c)   Excelentíssimo Senhor
d)   Vossa Senhoria
e)   Vossa Excelência 

8) As duas vírgulas que aparecem na primeira frase foram empregadas para expressar uma:

a)  explicação
b) contrariedade
c) adversidade
d) enumeração
e) oposição 

9) Um ser humano que sofra de hipocondria, segundo o texto, e considerando o sentido conotativo, é assim conhecido por:

a)   apresentar obesidade descontrolada
b)   possuir seríssimos problemas de saúde
c)   ser extremamente romântico
d)   isolar-se socialmente
e)   ser dependente de medicamentos 

10) O pronome ela, destacado no texto, relaciona-se à palavra:

a)  mensagem
b)  hipocondria
c)   esperança
d)  intenção
e)  ideia

Respostas: 1- c, 2- e, 3- a, 4- c, 5- d, 6- b, 7- b, 8- a, 9- d, 10- e


Atividades de Interpretação de Texto 8 ano – Com Gabarito

Telegrama
Carlos Drummond de Andrade

Emoção na cidade.
Chegou telegrama para Chico Brito.
Que notícia ruim,
que morte ou pesadelo
avança para Chico Brito no papel dobrado?
Nunca ninguém recebe telegrama
que não seja de má sorte.
Para isso foi inventado.
Lá vem o estafeta com rosto de Parca
trazendo na mão a dor de Chico Brito.
Não sopra a ninguém.
Compete a Chico
descolar as dobras
de seu infortúnio.
Telegrama telegrama telegrama.
Em frente à casa de Chico Brito o voejar múrmure
de negras hipóteses confabuladas.
O estafeta bate à porta.
Aparece Chico, varado de sofrimento prévio.
Não lê imediatamente.
Carece de um copo de água
e de uma cadeira.
Pálido, crava os olhos nas letras mortais:

Queira aceitar efusivos cumprimentos passagem data natalícia espero merecer valioso apoio distinto correligionário minha reeleição deputado federal quinto distrito cordial abraço.

Atanágoras Falcão.

1) No verso “que morte ou pesadelo”, o que a palavra destacada sugere?
2) O que é um estafeta?
3) Parca, de acordo com a mitologia, é uma das deusas que fiava, dobrava e cortava o fio da vida. Sabendo disso, o que o eu-lírico quis comunicar no verso “Lá vem o estafeta com rosto de Parca”?
4) Explica o significado das expressões: voejar múrmure, negras hipóteses, sofrimento prévio e carece.
5) Explica a diferença entre dia natalício e dia natalino.
6) Há “emoção na cidade”. Por quê?
7) Quem estava confabulando em frente à casa de Chico Brito?
8) Que expressão o poeta usa na 1ª estrofe para se referir ao telegrama?
9) O estafeta mantém sigilo. Que frase informa isso?
10) Na 4ª estrofe, ocorreu a repetição de uma mesma palavra. O que o poeta quis sugerir?
11) No verso “O estafeta bate à porta”, há a repetição de uma mesma consoante. Qual é? O que o poeta pretende com isso?
12) Quem era Atanágoras Falcão?
13) Qual era o objetivo da mensagem enviada no telegrama a Chico Brito?

Respostas:

1) Algo ruim.
2) Carteiro.
3) O eu-lírico quis dar a entender que a notícia trazida pelo estafeta poderia lhe causar a morte, pois uma mensagem trazida às pressas geralmente não é boa.
4) Murmúrios e cochichos, suposições de algo ruim, sofrimento antecipado, precisa.
5) Dia natalício se refere ao dia de nascimento e dia natalino, ao dia de Natal.
6) Há emoção na cidade pela chegada de um telegrama com uma notícia inusitada que desperta a curiosidade das pessoas.
7) Os vizinhos.
8) Usa a expressão “papel dobrado”.
9) O verso “Não sopra a ninguém”, 3ª estrofe.
10) A repetição mostra o anúncio entre as pessoas da vizinhança que viram o estafeta chegar, alarmando umas às outras.
11) Além de dar sonoridade ao poema, ele destaca a letra T, reforçando o título e o objeto que serviu de tema para o texto (Telegrama).
12) Era o remetente do telegrama, um candidato a deputado federal.
13) Parabenizar Chico Brito pela passagem do aniversário e aproveitar para fazer campanha política.

Sair da versão mobile