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Cinismo

Qual é a origem da palavra cinismo? Muito se houve falar de pessoas cínicas, referindo-se a um tipo especifico de indivíduo que despreza a prudência e demonstra descaso por assuntos alheios.

Muitas vezes cinismo tem uma conotação pejorativa, sendo que designa um homem agudo e mordaz que não respeita os sentimentos e valores estabelecidos nem as convenções sociais.

Alguém considerado cínico também pode ser alguém que é desavergonhado, descarado, imprudente, impassível ou obsceno.

Neste artigo, consideraremos o real significado da palavra e de onde se originou o termo.

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Cinismo segundo o dicionário online de Português

Segundo esse dicionário, a palavra tem a seguinte definição:

  • Substantivo masculino
  • Comportamento ou ação de quem é cínico; ato daquele que demonstra descaso pelas normas sociais ou por uma moral preestabelecida; ausência de prudência.
  • [Filosofia] Doutrina filosófica de origem grega que, fundamentada por Antístenes, estabelecia os privilégios de uma vida simples e natural cujos valores principais eram buscados no desapego às normas sociais, bens e riquezas, sendo efetivada através do autocontrole; espelhava-se na vida canina.
  • Etimologia (origem da palavra cinismo). Do grego kynismós/ pelo latim cinismus.i.
  • Sinônimos de Cinismo: desaforo, descaramento, desfaçatez, impudência
  • Antônimos de Cinismo: candura, pudor
  • Classe gramatical: substantivo masculino
  • Separação silábica: ci-nis-mo
  • Plural: cinismos
  • Possui 7 letras
  • Possui as vogais: i o
  • Possui as consoantes: c m n s

Frases com a palavra:

 “Só o cinismo redime um casamento. É preciso muito cinismo para que um casal chegue às bodas de prata.”

– Nelson Rodrigues

“O deputado Ahmed Tibi, do partido árabe Raam Taal, acusou a Cellcom de “cinismo e falta de sensibilidade ao sofrimento que o muro causa para os palestinos”.

Folha de S.Paulo, 23/07/2009

O professor de direito da USP Fábio Konder Comparato, no entanto, se declarou contra a ideia de membros permanentes e o ‘cinismo oligárquico’ representado pelo CS. “[A entrada do Brasil] mudaria o sistema internacional?”, questionou.

Folha de S.Paulo, 22/08/2009

Na nota, a Transparência Brasil critica a inércia da Câmara e do Senado e o “cinismo das explicações e subterfúgios” das explicações que colocaram o “Parlamento num abismo de desprestígio junto à população.

Folha de S.Paulo, 06/07/2009

Origem da palavra cinismo

A origem da palavra é um tanto contraditória. Porém vamos destacar aqui duas raízes comuns da palavra. Cinismo provém do termo grego kynismós, que se refere a um sistema e doutrina filosófica dos cínicos.

O cinismo foi uma escola filosófica grega, fundada por Antístenes, discípulo de Sócrates. Para muitos estudiosos, Cinosargo era um ginásio perto de Atenas onde os membros da escola se reuniam. Para outros, a origem da palavra vem do grego kýon (que significa “cão”), pelo fato de Diógenes de Sinope dormir no local que era usado frequentemente como abrigo para cães, para assim demonstrar o seu desacordo com o modo de viver dos homens.

É digno de nota, portanto, que o símbolo do grupo dos cínicos era a imagem de um cachorro. A palavra grega Kynismós passou para o latim como cynismu, e hoje é conhecida como cinismo, uma alusão àqueles desprovidos de pudor e de qualquer sentimento de empatia em relação à dor do outro. E faz sentido que a palavra origine-se do termo grego, tendo em vista que os cínicos desejavam se desprender de todo tipo de preocupação, inclusive com o sofrimento alheio.

Segundo os membros do cinismo, a maior virtude dos homens era renunciar os bens e prazeres terrenos encarando a si mesmo como sendo o suficiente. O nível de virtude dos alunos subia até que conseguissem uma total independência das necessidades vitais e sociais.

O Cinismo, portanto, teve seu maior nome de destaque Diógenes e Antístenes, seguidor de Sócrates, e estes filósofos menosprezavam a sociedade, defendiam o desprendimento dos bens materiais e a existência nômade que levavam.

Segundo eles, alcançar a felicidade dependia de ter autodomínio e de não ser afetado pelas coisas más da vida, pelas leis e convencionalismos.

Sócrates e o cinismo

Sócrates é um dos principais filósofos de sua época e expressava aversão pelo excesso de bens materiais dos quais o ser humano dependia para sobreviver. Ele pregava que a verdadeira felicidade não vinha de objetos materiais, pois ela estava conectada aos estados da alma, não a objetos externos.

Os cínicos, adeptos do conceito de Sócrates, passaram a difundir essa ideia, o conceito que a felicidade vem do interior da alma. Inclusive Diógenes, seu principal defensor, tornou-se praticamente sinônimo desta escola. Segundo histórias antigas, Antístenes não queria ao seu lado nenhum discípulo assim que chegou a Atenas, porém, gradualmente, Diógenes convenceu-o do contrário e este passou a revolucionar as propostas do cinismo.

Diógenes foi um dos que mais levaram a cabo as normas da escola do cinismo, praticando em cada passo da sua vida, com severidade e persistência até que seus ideais atravessaram os séculos, impressionando os estudiosos da Filosofia.

Os ensinos de Diógenes substituíram a visão clássica do grego por uma imagem que logo se tornou um dos primeiros projetos pilotos para a primeira etapa do Helenismo e mesmo para o período do Império. Segundo ele, apenas um homem que ousasse não se preocupar com nenhuma convenção social, em harmonia com sua verdadeira forma de ser, poderia ser feliz de verdade. A partir desse conceito, ele procurava um homem que vivesse de acordo com seu eu essencial.

Página Cinismo ilustrado

Já ouviu falar do site Cinismo ilustrado? Essa é uma página na internet com tirinhas de humor que abordam o tema de forma satírica. Eduardo Salles, designer mexicano, escritor, ilustrador e publicitário é autor das ilustrações do site.

Cinismo na reciclagem

Philippe Layargues escreveu um artigo sobre o cinismo em relação à educação ambiental. Segundo ele, o significado ideológico da reciclagem da lata de alumínio e suas implicações para a educação ambiental, não é levada a serio em seu conceito totalitário. Philippe argumenta que a pedagogia dos 3R’s (Reduzir, Reutilizar e Reciclar) que é abordada nas escolas tem um efeito meramente comportamental, ilusório e não reflexivo.

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