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Rachel de Queiroz

Rachel de Queiroz é uma das mais prestigiadas escritoras do Brasil e ainda realizou trabalhos de tradução e de jornalismo. Ela nasceu em 17 de novembro de 1910 na capital cearense, onde foi a falecer em 4 de novembro de 2003.

Vale salientar que ela foi a 1ª escritora a adentrar na renomada Academia Brasileira de Letras (ABL) e entrou para a história como uma das principais autoras de ficção social da região Nordeste.

Em 1993, Rachel de Queiroz cravou ainda mais seu nome na literatura nacional ao se tornar a 1ª mulher a receber o Prêmio Camões.

Prêmio Camões: dado a escritores que contribuíram para o enriquecimento e patrimônio literário e cultural, especificamente da língua portuguesa.

Um ano depois, ela foi aceita na Academia de Letras do estado do Ceará.

Conheça a história da escritora Rachel de Queiroz

Rachel teve como pais Clotilde Franklin de Queiroz e Daniel de Queiroz Lima. Curiosamente, ela era descendente pela família de sua mãe do também consagrado escritor brasileiro, José de Alencar.

Durante a infância, sua família precisou trocar de cidade em função de uma fortíssima seca. Residiram no Rio, mas rapidamente optaram por tentar a vida em Belém (PA). Meses depois, ela voltou a viver na sua cidade natal.

Em 1925, Rachel de Queiroz completou a sua formação acadêmica e começou a atuar na imprensa local através da publicação de crônicas e de poesias modernistas em um veículo de comunicação cearense.

No entanto, ela adotou um apelido para assinar as suas obras neste período: Rita de Queluz. Com apenas 15 anos, ela se arriscou com a publicação literária do seu primeiro romance.

Vinte e quatro meses depois, ela chamou a atenção de todo o Brasil em função da qualidade de sua estreia com “O Quinze”, que se converteria em um aclamado clássico da literatura nacional.

A obra narra a dura e contínua batalha do povo do sertão do Nordeste contra a pobreza e a falta de água. Além disso, a publicação também aborda temas sociais com grande habilidade, clareza de detalhes e personagens riquíssimos.

A jovem de Fortaleza, Raquel Queiroz, se transformou em um fenômeno literal e expandiu os seus interesses para política ao entrar no Bloco Operário Camponês, na capital cearense. Mais tarde, este viria a dar origem ao Partido Comunista Brasileiro.

Por volta de 1933, Rachel de Queiroz passa a discordar da visão tomada pela organização e se impressiona com outro grupo de São Paulo. Aos 28 anos, ela chega a maior cidade do Brasil e se junta ao Sindicato dos Professores.

No entanto, ela decide voltar a região Nordeste em 1934 e retorna as suas origens até 1939.

Rachel de Queiroz entra para a história da literatura brasileira

Já com status de escritora renomada, ela opta por dar continuidade a carreira no Sudeste e se fixa na Cidade Maravilhosa.

Neste mesmo ano, o seu livro “As Três Marias” conquista a premiação Felipe d’Oliveira. No seu período afastada da vida política, ela também redigiu João Miguel em 1932, Caminhos de Pedra em 1937 e Galo de Ouro já em 1950.

Entretanto, ela viria a sofrer com perseguições e detenções na sua cidade natal, Fortaleza, devido a sua ligação com o Partido Comunista. Milhares de suas obras foram confiscadas e queimadas.

Todavía, Rachel mudou radicalmente a sua postura ao ficar do lado do Governo Militar, que assumiu o comando do país a partir de 1964. Em função disto, ela foi nomeada para o Conselho Federal de Cultura.

Em 1975, escreveu Dôra, Doralina, em 1992, criou a saga de uma mulher poderosa e corajosa no sertão nordestino com o nome de Memorial de Maria Moura.

Em 1994, a história da cangaceira virou série produzida pela TV Globo. Com o sucesso, o programa foi transmitido para países da América do Sul, América Central, América do Norte e até na Europa. O DVD oficial foi lançado em 2004.

Ela ainda publicou uma série de relatos como suas memórias em 1998. Além de sua contribuição literária, ela converteu a sua propriedade rural na cidade de Quixadá, no Ceará, em um local de preservação do meio ambiente.

Por 3 décadas, Rachel de Queiroz seguiu como cronista no O Cruzeiro e, posteriormente, d’O Estado de São Paulo. Porém, o coração, já enfraquecido, foi o motivo de sua morte, em novembro de 2003.

Ela faleceu em decorrência de complicações cardíacas, na sua casa na capital fluminense, pouco tempo antes do aniversário de 93 anos. Oito anos depois, a escritora brasileira foi homenageada no selo postal da Sérvia.

Academia Brasileira de Letras (ABL)

A escritora duelou com o jurista Ponte de Miranda pela posição de Candido Mota Filho na cadeira de número 5 pertencente a Academia Brasileira de Letras. Ela se sagrou vitoriosa na eleição realizada no mês de agosto de 1977.

Rachel de Queiroz superou o seu concorreu com 23 votos a favor, 15 para Mota Filho e somente um em branco. Três meses depois, ela foi oficialmente apresentada como uma dos Imortais da Academia.

Ela recebeu as honras de Adonias Filho e se transformou na quinta pessoa a ocupar o assento de número 5, que possui como patrono Bernardo Guimarães.

Exatamente um mês após o seu falecimento, a sede da ABL serviu como palco para o lançamento de uma obra biográfica da escritora, chamada de “O Livro de Rachel de Queiroz”.

Essa apuração da vida e da obra de uma das maiores escritoras da literatura nacional foi realizada pela jornalista Socorro Acioli e, chegou às bancas pelo selo Edições Demócrito Rocha.

Vale salientar que Rachel de Queiroz pôde apreciar outra obra que resgatou toda a sua trajetória. Com o título “No Alpendre com Rachel”, esta publicação foi lançada em 10 de julho de 2003, ou seja, antes da morte da escritora.

José Luis Lira foi o responsável pela produção textual do “No Alpendre”, que foi apresentado oficialmente à imprensa e aos admiradores do trabalho da escritora também na sede da ABL.

Legado para a sociedade

Além de seus livros que se transformaram em clássicos da literatura brasileira, a escritora cearense também deixou um legado em outras áreas devido a sua vasta contribuição para a sociedade.

Por exemplo, ela foi a representante brasileira na vigésima primeira Assembleia da Organização das Nações Unidas (ONU) em 1966, na qual atuou como delegada e se tornou integrante da Comissão dos Direitos do Homem.

No ano de 1980, ela foi agraciada em função de todos os serviços criativos prestados nos seus romances, crônicas, poemas e contos com o Prêmio Nacional de Literatura de Brasília, especial pelo conjunto da obra.

Cinco anos depois, Rachel de Queiroz recebeu a Medalha Rio Branco, no Itamaraty e, 365 dias após, foi congratulada com a Medalha da Inconfidência em Minas Gerais, além dos títulos Doutor Honoris Causa em várias universidades brasileiras.

Em 2000, ela também fez parte do grupo dos “20 brasileiros empreendedores do século 20” através de um levantamento realizado pela organização Personalidades Patrióticas Empreendedoras (PPE).

É preciso destacar ainda que alguns dos seus livros foram muito bem recebidos pela crítica e pelo o público no exterior. O livro “O Quinze” se tornou “La Terre de la grande soif”, em trabalho de Paula Anacaona no ano de 2014.

Já o excelente Memorial de Maria Moura virou apenas “Maria Moura”, traduzido pela éditions Métailié ainda em 1995. Enquanto “As Três Marias” chegou aos países de língua inglesa como The three Marias.

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