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Industrialização no Brasil

Para falar sobre o ponto de partida da industrialização no Brasil, devemos traçar a história do Brasil até os períodos coloniais.

Durante os períodos coloniais do Brasil (1500-1815) governados pelos portugueses, houve muitas tentativas de embarcar na industrialização, mas eles não conseguiram atingir seus objetivos devido às restrições da política portuguesa. É por causa do princípio econômico dos portugueses naqueles períodos chamados “mercantilismo”. Os portugueses não queriam que as indústrias brasileiras industrializadas danificassem suas indústrias domésticas. Assim, nenhuma indústria conseguiu criar raízes no Brasil para proteger os produtos portugueses que estavam em comercialização no território brasileiro. (2)

Esforços também foram feitos durante o Império do Brasil (1822-1889). Durante o reinado de Dom Pedro II, empresários brasileiros como Irineu Evangelista de Souza, Visconde de Mauá, e grupos estrangeiros investiram em ferrovias, estaleiros e bancos. Também as indústrias têxtil, de vestuário, produtos alimentícios, bebidas e tabaco tiveram uma expansão considerável, mas irregular. Infelizmente, a política externa brasileira favorecia a agricultura, o que significava que a concorrência estrangeira desencorajaria investimentos contínuos no processo de industrialização. (3) Como resultado, os primeiros esforços se mostraram sem sucesso.

O que aconteceu após o término do Império do Brasil não foi diferente. O crescimento manufatureiro do período não gerou transformações estruturais significativas (5), o que implica que a industrialização no Brasil praticamente não foi capaz de mudar toda a economia brasileira mesmo no período imediatamente posterior ao Império brasileiro.

A industrialização em larga escala no Brasil começou no processo de superação da crise econômica: os danos que a economia brasileira, que se concentrou principalmente na produção de café, experimentou durante a década de 1930. Foi por causa do drástico declínio do preço do café na economia mundial. Tanto o preço unitário quanto a quantidade de exportações latino-americanas caíram, com o resultado de que seu valor total para os anos 1930-34 ficou 48% abaixo do que havia sido para 1925-29. (5) Excesso de capacidade na produção de café, e a Grande Depressão juntos agravaram a situação da economia nacional, que consumiu quase uma década para o governo brasileiro resolver. Os brasileiros estavam desesperados em encontrar uma solução econômica para esse problema.

A política econômica do Brasil para superar a crise e prosseguir para a industrialização

Como o Brasil não foi o único país que sofreu com a crise econômica internacional, muitos outros países latino-americanos também tiveram que encontrar uma solução. Para encontrar uma solução para este problema, no final dos anos 40, um dos principais economistas da região, Raul Prebisch, publicou uma crítica incisiva às doutrinas liberais. Seus argumentos forneceram a base intelectual para as políticas de industrialização por substituição de importações (ISI) (6) que prevaleceram a partir daquela época até os anos 80. (7) A industrialização por substituição de importações (ISI) é uma política comercial e econômica baseada na premissa de que um país deve tentar reduzir sua dependência externa por meio da produção local de produtos industrializados (8).

Os líderes latino-americanos tinham duas opções para responder a essa crise econômica global. O primeiro deles foi fortalecer as ligações com os países já industrializados e desenvolvidos para garantir e proteger uma parte estável do mercado. E o outro era embarcar na industrialização. O objetivo de embarcar na industrialização era alcançar maior independência econômica e criar empregos para as classes trabalhadoras. O Brasil selecionou a segunda opção que levou o país a industrializar. Os brasileiros perceberam que o Brasil não podia mais depender exclusivamente das exportações de bens primários e que era necessário promover a diversificação econômica. E, portanto, a industrialização em larga escala pôde ocorrer no Brasil. E essa nova política econômica escolhida pelos brasileiros levou a nação a ter sucesso na industrialização.

Industrias

Em que Campo o Brasil enfatizou principalmente quando se desenvolveu?

Houve um desenvolvimento vigoroso nas indústrias pesadas (siderurgia, metalurgia, petroquímica, química, etc) que produzem produtos manufaturados, liderados por grandes empresas estatais (Companhia Vale do Rio Doce, Petrobras, Siderbrás, etc). Progressos consideráveis ​​também foram feitos em setores mais avançados: nas indústrias aeronáutica e aeroespacial, telecomunicações, eletrônica e na produção de máquinas e outros equipamentos de capital. (9)

Industria pesada

Para elaborar esse tópico, o foco principal da industrialização no Brasil foi nas indústrias pesadas, como mencionei anteriormente. Estes incluem usinas de ferro, fabricação de têxteis e vestuário, processamento de alimentos, fabricação de móveis, curtimento e artigos de couro. (10) da estatística com relação à produção de minério de ferro no Brasil do ano de 1911 a 1960 (11) apresentada em ‘Estatísticas Históricas Internacionais’, podemos facilmente perceber que a quantidade de minério de ferro extraído aumentou com o tempo. Também da tabela sobre a produção de gás natural do ano de 1929 a 1960 (12) apresentada na mesma fonte, está comprovado que o gás natural somente pôde ser obtido após 1942 e a mineração do Brasil começou a crescer o início dos anos 1950. Além disso, a tabela referente à produção de petróleo bruto no Brasil com cronograma a partir do ano de 1915 a 1959 (13) apresentado na mesma fonte, também mostra o aumento da produção de petróleo bruto ao longo dos anos.

Uma coisa em que devemos nos concentrar é que todos esses gráficos têm algo em comum: a produção de cada indústria de mineração está aumentando vertiginosamente à medida que o tempo flui. Isso significa que o governo brasileiro deu grande atenção a essas indústrias pesadas, que praticamente levam o Brasil a se tornar um dos maiores países da indústria pesada em todo o mundo.

Transporte

O transporte também é essencial para um país se industrializar. Sem um sistema de transporte bem construído em todo o território, é impossível transmitir produtos manufaturados e matérias-primas.

Ao longo de grande parte da história brasileira, as diferentes regiões do país permaneceram isoladas umas das outras, mas isso mudou drasticamente após a Segunda Guerra Mundial, primeiro com o crescimento do transporte aéreo e, duas décadas depois, com a extensão de uma moderna rede viária. (14) Os brasileiros realmente foram os pioneiros nesse campo. Eles também argumentam que os primeiros homens a voar não são os irmãos Wright, mas um brasileiro chamado Alberto Santos-Dumont. De qualquer forma, todas as capitais e cidades importantes do Brasil têm um grande aeroporto, e a maioria das cidades menores é servida por aviões a jato. Poucos locais são sem pelo menos um espaço de pouso de sujeira. (15) Esses excelentes serviços aéreos que foram mantidos em todas as partes do Brasil criaram a base para a industrialização se precipitar.

Outras

As indústrias mencionadas acima foram capazes de crescer em muito maior grau em comparação com outras indústrias que não conseguiram obter apoio governamental. No entanto, existem outros campos de indústrias que também tiveram sucesso, apesar do apoio insuficiente. A telecomunicação, a eletrônica e a produção de outros maquinários e outros equipamentos de capital melhoraram durante o período de industrialização do Brasil também.

Benefícios ganhos pela industrialização no Brasil

Benefícios econômicos

Em suma, o Brasil tornou-se um dos principais países industrializados, apoiando toda variedade concebível de atividade industrial. Como a industrialização havia ocorrido no Brasil, o setor manufatureiro doméstico cresceu enormemente durante as décadas de 1930 e 1940. A estratégia de industrialização de substituição de importações funcionou de fato.

As manufaturas nacionais substituíram bens importados não-duráveis ​​(roupas, calçados, etc.) e, com a construção da imensa siderúrgica de Volta Redonda, os primeiros passos foram dados na substituição de produtos semi acabados. Grande parte da base industrial existente, no entanto, foi criada nos 30 anos entre 1950 e 1980, durante os quais houve um surto espantoso de crescimento produzindo um aumento médio anual de 7% no PIB (correspondendo a 4,3% por habitante). Nesse período, o Brasil conseguiu substituir também os bens de consumo duráveis ​​importados, a começar pelos automóveis; no final da década de 1950, quase todos os grandes fabricantes mundiais decidiram iniciar a produção automobilística inteiramente dentro do Brasil, na aglomeração urbana em torno de São Paulo. (16) Desde 1967, a indústria brasileira contribuiu em maior quantidade para o produto interno bruto do que a agricultura.

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Fases da industrialização

A industrialização no Brasil (séculos XIX e XX)

Este vídeo vai abordar a industrialização no Brasil entre o final do século XIX e inicio do século XX.

Industrialização no Brasil data

A industrialização no Brasil pode ser dividida em quatro períodos, confira:

  1. 1500 a 1808, chamado de “Proibição”;
  2. 1808 a 1930, chamado de “Implantação”;
  3. 1930 a 1956, conhecido como fase da Revolução Industrial Brasileira
  4. (1956-Atualmente), chamado de fase da internacionalização da economia brasileira.