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Metonímia

Uma figura de linguagem classificada como figura de palavra é a metonímia. Ela é uma das mais utilizadas por nós, brasileiros, chegando até mesmo a ser um vício. Nesta figura, trocamos uma palavra por outra, transformando-as em sinônimos, mesmo que não sejam.

Várias figuras de linguagem são muito mais utilizadas em produções culturais, como músicas, poesias, etc., do que por outras pessoas no dia a dia. Porém, a metonímia é um pouco diferente, a menos que o artista ou outro profissional ganhe dinheiro ou apoio cultural para utilizar nas produções. Essa figura é mais utilizada no vocabulário popular.

Quando trocamos, por exemplo, o continente pelo conteúdo, estamos falando ou escrevendo uma metonímia. Essa figura é bem mais utilizada na linguagem verbal, sem muita preocupação com o significado real.

Pode servir como tática de marketing para reconhecimento de marca. Muitas empresas conseguem, propositadamente, transformar o nome da marca em sinônimo para o produto que vendem. Muitas vezes, por não haver concorrência forte, nós, consumidores, é que “batizamos” a marca como sendo o nome do próprio produto em si.

Em outros casos de metonímia, costumamos trocar a invenção pelo inventor, o continente pelo conteúdo, a causa pela consequência, o concreto pelo abstrato.

Veja também: Compania ou Companhia.

O que é Metonímia? Conheça esta figura de linguagem

Entenda melhor nos exemplos abaixo.

Exemplos de metonímia

Vamos utilizar os exemplos mais conhecidos e ditos por nós, nossa família, e nossos amigos no cotidiano:

  • “Mamãe, tem Nescau?”;
  • “Menino, vai lá no mini box comprar um Bombril”;
  • “Hei, vai sair sem passar um Rexona debaixo do braço?”
  • “Faz silêncio que estou ouvindo Aviões do Forró”;
  • “Estou para explodir, pois tomei 5 garrafas de água”;
  • “Estou com sede, vai comprar uma Coca-Cola pra mim!”;
  • “Gosto muito de ler Gil Vicente e Camões. São ótimos”;
  • “Santos Dummont conseguiu dar asas aos seres humanos”;
  • “Não consigo suportar tanta grosseria”;
  • “Toma um Danone que é bom para limpar o intestino”;

O uso da palavra Nescau para designar um achocolatado é um clássico caso de substituição do produto pela marca. Bem como no caso do Bombril, Rexona, Coca-Cola e Danone. Todos são marcas de palha de aço, desodorante, refrigerante e iogurte, respectivamente.

Lembra o caso de um garoto enviado a um mercadinho para comprar palha de aço, mas ele trocou o nome do produto pela marca. Então, o garoto chegou ao mercadinho e pediu:

– “Quero um Bombril”.

O vendedor perguntou:

– “De qual marca você quer?”.

O menino respondeu:

– “Assolan”.

Isso, muitas vezes, é causado pelo fato de não haver um concorrente forte para a marca e as pessoas adotam como se fosse o nome do produto. No caso desse exemplo, o Assolan foi uma das marcas que conseguiram reduzir o “efeito metonímico” do Bombril ao se colocar no mercado como um concorrente de peso direto.

Nos exemplos “ouvir Aviões do Forró”, “Santos Dummont deu asas aos humanos” e “ler Gil Vicente e Camões”, ocorre a troca da obra pelo autor.

“Tomar 5 garrafas de água” é a substituição do conteúdo pelo continente. Por fim, “não suportar grosseria” é a troca do concreto pelo abstrato, pois, o interlocutor não suporta é outra pessoa com atos grosseiros.

Continue em nosso blog e conheça mais figuras de linguagem.